O CATEQUISTA E O ANO DA FÉ


O Ano da Fé teve início dia 11 de outubro e se encerrará dia 24 de novembro de 2013. O Papa Bento XVI na Exortação Apostólica Porta Fidei, em que proclama o Ano da Fé, diz os objetivos: “Queremos uma conversão a Deus cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé n’Ele e para anuncia-lo com alegria ao homem do nosso tempo”. A Renovação da Fé deve ser prioridade!

Em síntese, o que devemos guardar sobre o Ano da Fé:

1. É também um ano para celebrar:

-50 anos do Concílio Vaticano II (1962 a 1965).

-20 anos do Catecismo da Igreja Católica (1992).

-Assembleia Sinodal sobre a Nova Evangelização (que está sendo realizada em Roma neste mês).


2. Finalidades do Ano da Fé:

-Renovação da Igreja.

-Nova Evangelização.


3. Algumas ações fundamentais:

-Refletir (aprofundar o conteúdo da fé).

-Confessar a fé (confissão pública e individual do CREDO).

-Celebrar a fé (na Liturgia).

-Testemunhar a fé (caridade).

4. Os meios e instrumentos para realizar essa tarefa

a) O Catecismo da Igreja Católica (que contém a síntese ou conteúdo da fé).

b) A “história da fé” (memória dos homens e mulheres que testemunharam a fé ontem e hoje).

c) Testemunho da caridade, porque a fé sem obras é morta.


Algumas ações durante o Ano da Fé:

1. Rever a Formação dos Catequistas

- Em que cremos?

- Por que cremos?

É preciso e possível proporcionar espaços de formação sobre o CREDO e sobre a Trindade. O Catecismo da Igreja Católica pode ser a fonte de inspiração. Também a Palavra de Deus que é a grande fonte da catequese. Mais do que a doutrina, a Palavra “amacia” o coração.

Também é importante reforçar a formação básica dos novos catequistas. Sem formação a catequese perde seu vigor. Sem a verdadeira orientação sobre o núcleo da Fé cristã, o catequista costuma “encher” os encontros catequéticos de coisas que não são essenciais a fé, ao seguimento de Jesus Cristo. Daí a importância de reforçarmos a formação dos catequistas.

2. Cuidar da Espiritualidade do Catequista

Mais do nunca será importante oferecer espaço de cultivo da intimidade com Deus. É possível pensar em manhãs, tardes ou dias de Espiritualidade (uma vez por semestre, pelo menos). Quem sabe até, um final de semana de retiro com o grupo de catequista.

Sem o cultivo da intimidade com o Amado, a vida vai perdendo o sabor, a catequese perde sua razão de ser. É a espiritualidade que mantem acesa a chama do Amor e a missão.

3. Rever o Conteúdo da Catequese

Será importante rever o conteúdo da catequese que está sendo feita com crianças, jovens e adultos. Se o grupo usa um manual (livro) como instrumento, também deve ser avaliado. Há muitos “roteiros” ou “temas” dos encontros catequéticos que acentuam algum aspecto da história da salvação e não privilegia a vida de Jesus, por exemplo. Muitos manuais levam um ano para “contar” a história do povo de Jesus e há poucos temas sobre Jesus... Outros catequistas comunicam sua religiosidade pessoal (devoção) e não o essencial que é Jesus Cristo.

É preciso analisar, estudar o que é essencial a ser comunicado pela catequese, assim não perdemos tempo com o que é assessório. O Centro da Catequese é Jesus Cristo e sua mensagem: o Reino de Deus.

“Apresentar a pessoa de Jesus, sem maquiagem e fundamentalismos, como sentido máximo para a vida, muito além da Instituição, é fundamental! Proporcionar o encontro com Ele e a experiência do seu amor...Isso exige uma catequese mais “enxuta”, voltada para o essencial, despojada de tantos conteúdos e temas que podem ser compreendidos ao longo de toda a vida cristã”. Pe. Vanildo Paiva

Continuaremos a refletir sobre o catequista e o ano da fé nesta seção.

Lucimara Trevizan

Coordenadora da Comissão Bíblico-Catequética do Leste 2

Equipes de trabalho no grupo de catequistas

Num só corpo muitos membros, e  esses membros não têm todos a mesma função.  O mesmo acontece conoscoembora sendo muitos, formamos um só corpo em Cristo, e, cada um por sua vez, é membro dos outros. Mas temos dons diferentes, conforme a graça concedida a cada um de nós”.   Rm 12,4-6
                                                                                                 
Podemos comparar o resultado do trabalho em equipe do grupo de catequistas a uma linda colcha de retalhos.

Na colcha, pedaços diferentes são cuidadosamente pensados e costurados um a um. No caminhar da agulha, quantos pensamentos, ideias, memórias, experiências e sonhos floreiam nossa cabeça! Entre idas e vindas, a costureira atenta alinhava, desmancha e recostura. O trabalho vai tomando forma e a vida, ganhando um olhar mais apurado, fruto da reflexão e interiorização vivenciadas inevitavelmente, ao se juntar a diversidade dos retalhos. Da multiplicidade de formas e cores, surge, em sua beleza singular, a colcha!

Na catequese não é diferente. O grupo de catequistas, precisa se abrir e acolher o novo, assim cada membro vai se unindo aos demais e compondo “a colcha”. São diferentes as experiências de vida, as gerações, a formação, os dons e aptidões que compõem o ser de cada um(a). Como unir os “retalhos”? Como construir a colcha sem deixar nenhum de fora? Os tamanhos, cores, formas... são diferentes. O jeito é colocar todos bem à vista e, com sensibilidade, ir compondo o trabalho, de forma a obter no final, a colcha desejada.

Fazer parte de um grupo de catequistas implica que a educação da fé se baseie sempre na experiência da comunhão, partilha, amor. Por isso, a tarefa do(a) coordenador(a) não é função solitária. É fruto do cuidado, do olhar atento, da escuta apurada, que motiva e proporciona pequenos agrupamentos utilizando os dons e desejos presentes no grupo. Compartilha e divide tarefas propiciando a cumplicidade, a corresponsabilidade que envolve cada um de corpo e alma, sem sobrecarregar uns em detrimento de outros.

É serviço da equipe de coordenação “assumir esse ministério como uma missão que brota de uma experiência de vida cristã comunitária...” DGC 318a, por isso uma de suas atribuições é  proporcionar a “experiência de partilha, de descentralização da missão realizada em equipe, de relações fraternas, sinalizadoras de um modo novo de viver que brota do evangelho” DGC 318e.

Para a formação de equipes, a coordenação precisa colocar em prática cuidadosa percepção para identificar no grupo saberes, capacidades, valores, criatividade, habilidades... e desenvolver as posturas necessárias para o trabalho em equipe. Propiciar vivências com relação à escuta, abertura para aprender, dialogar, reconhecer valores e deficiências, a solidariedade nas dificuldades e conquistas, de organização e aprimorar a consciência crítica, a participação e compromisso. DGC 318i.

A formação de algumas equipes em muito contribui ao processo da educação e vivência da fé em comunidade. Aproveitando os recursos humanos, as aptidões e desejos do grupo, cada catequista se insere numa pequena equipe que contribuirá com o trabalho não só da coordenação, mas de todo o grupo. Alguns exemplos de equipes: secretaria, espiritualidade, animação, formação.
1. Secretaria: manterá atualizados os dados dos catequistas e catequizandos. Cada catequista deve possuir os dados como nome, telefone, e-mail... dos catequistas da paróquia bem como os dados completos dos catequizandos de sua turma. Fará o registro dos encontros de catequistas, das decisões, cronogramas e planejamentos e os disponibilizará para todos.

2. Espiritualidade: cuidará dos momentos de oração, de celebração, ambientação que propicie o verdadeiro encontro, seja com catequistas, pais ou na sugestão de momentos de oração nos encontros com catequizandos... zelando pela facilitação da interiorização e vivência de momentos simples mas ricos da força do Espírito que anima, inspira e impulsiona para a ação na vida. Motivará para a participação efetiva na liturgia e será o elo entre a equipe de liturgia da paróquia e a catequese. Estará atenta para o espaço e preparação dos catequizando para a participação nas celebrações dominicais, oferecendo oportunidades diversas a todos.

3. Animação: é o grupo da comunicação. Criatividade, alegria, cuidado... são alimentos deste grupo para que fortaleça os laços e motive a relação fraterna no grupo. Além de estar alerta às datas, movimenta o grupo para lembrar e/ou celebrar aniversários, casamentos, encontros, reuniões, confraternizações, cuida para que todos se lembrem e se preparem para as mesmas. Cuida para que todos estejam atentos às datas, horários... seja por telefone, e-mails, visitas, bilhetinhos...  Em sintonia com a equipe de espiritualidade, prepara o ambiente e propicia ao grupo momentos de aconchego. Cuida para que os novatos se insiram e sejam acolhidos pelo grupo. Resgata quem está afastado, cria e recria estratégias de convivência num clima de diálogo e respeito.

4. Formação: deve estar atenta a todas as possibilidades de crescimento. Incentiva a formação e utilização da biblioteca do grupo, está atenta aos encontros, cursos, textos, artigos que possam ser disponibilizados. Cuida delicadamente, junto com o grupo, dos encontros com os pais, facilitando uma vivência e participação dos mesmos na comunidade. Motiva a participação nos encontros de formação de catequistas, paroquial, forania, região, diocese...

De acordo com a quantidade de catequistas da paróquia, outras equipes poderão ser formadas (ou as citadas acima ser reduzidas). O que se faz necessário é a integração profunda da coordenação com cada equipe, para que todos se sintam valorizados e participantes e a coordenação não fique sobrecarregada. Pois, a tarefa de uma ação participativa requer cuidados com o que é inevitável na relação humana: lidar com desencontros, problemas e conflitos com calma, num clima de diálogo, solidariedade, ajuda mútua e valorização das diferentes capacidades do grupo.

Assim, a colcha vai ficando pronta e, na unimultiplicidade, a Trindade vai criando, cuidando e inspirando a costura.
“A nossa capacidade vem de Deus, que nos tornou capazes de exercer o ministério da aliança nova, não da letra, mas do Espírito” 2 Cor3,5b-6ª


Ana Angélica Ribeiro
Comissão Regional Bíblico-Catequética do Leste 2
15.08.2012

Começa a Assembleia Anual do Conselho Episcopal de Pastoral do Regional Leste 2 da CNBB

Teve início hoje, 11 de junho, na Casa de Retiros São José (Av.Itaú, 475, Dom Bosco), em Belo Horizonte (MG), a Assembleia Anual do Conselho Episcopal de Pastoral do Regional Leste 2 da CNBB (Espírito Santo e Minas Gerais).
A reunião tem como intuito promover o estudo e o acompanhamento das urgências regionais e articular o plano de evangelização para o quadriênio 2012-2015, a Assembleia terá como tema central a “Revitalização das Paróquias e dos Organismos de Comunhão”.
Além dessa importante pauta, a programação incluirá a habitual homenagem aos bispos eméritos residentes no Regional Leste 2 com celebração eucarística no Santuário Estadual Nossa Senhora da Piedade, a 5ª Semana Social Brasileira, e a Jornada Mundial da Juventude 2013 com a presença dos assessores da Comissão Episcopal para a Juventude, padre Sávio e padre Toninho.
A Assembleia do CONSER Leste 2 que segue até a quinta-feira, 14, contará com a presença dos bispos, coordenadores diocesanos de pastoral e coordenadores e assessores da Pastoral da Juventude das 32 dioceses do Espírito Santo e Minas Gerais.

Fonte: CNBB

Celebração para o dia do Catequista 2012


QUERIDAS(OS) CATEQUISTAS!

É certamente já uma tradição consagrada celebrar a diversidade das vocações na Igreja, durante o mês de agosto, e entre elas a vocação de catequista. No último domingo do mês se destaca o “Dia da(o) Catequista”. Neste dia se faz a experiência, tão recomendada pelo Diretório da Catequese, de unirmos sempre mais intimamente liturgia e catequese, para chegarmos a uma catequese litúrgica.

Também existe um hábito saudável da Comissão Bíblico-catequética da CNBB: oferecer uma proposta de celebração para o Dia da(o) Catequista. Sabemos que em toda parte já existem experiências magníficas de preparar estas celebrações com muita criatividade e grande unção. Mas também acreditamos que algumas indicações em nível nacional podem servir de inspiração para enriquecer as propostas locais.

Neste espírito de partilha e sintonia, oferecemos com simplicidade este pequeno subsídio. Esperamos que ajude a reforçar a beleza e grandeza dessa vocação tão fundamental para a vida e a missão da Igreja. E queremos nos alegrar profundamente e cantar louvores ao Senhor nesse dia, por tantas vidas a serviço do processo de educação da fé em nossas comunidades. 

QUE DEUS ABENÇOE TODAS (OS) AS(OS) CATEQUISTAS DO BRASIL!
 O DIA DA(DO) CATEQUISTA SERÁ CELEBRADO NO DIA 26 DE AGOSTO
Preparando o ambiente: Círio Pascal e Bíblia em destaque, outros símbolos que representem o servir do ministério catequético (conforme realidade local). Obs.: Os símbolos podem já estar em local visível ou ser levados na procissão de entrada por catequistas e catequizandos.

1 – Chegada: silêncio, oração pessoal (com fundo musical)

2 – Canto de entrada: “Missão de todos nós”, ou “Discípulos e Missionários”, ou outro mais conhecido da comunidade.

3 – Sinal da Cruz e saudação inicial

4 – Recordação da vida (sentados)

Animador: Neste dia de ação de graças pela vocação da(o) catequista, nos reunimos em torno da Mesa da Palavra de Deus e da Mesa da Eucaristia, para celebrar a presença do Ressuscitado. Ele é a razão da nossa fé, que a catequese quer despertar e amadurecer.

Queremos aproveitar a ocasião para expressar nossa alegria e gratidão pelo lindo presente que nossos bispos nos deram, o novo Documento com o nome: “Discípulos e Servidores da Palavra de Deus na Missão da Igreja”. Resume bem nosso agir na catequese: somos antes de tudo discípulos, que escutam e aprendem do mestre, para então ser servidores da Palavra através do testemunho e do anúncio, e assim colaborar na missão de realizar o Reino de Deus.

Neste ano também trazemos presente os 50 anos do início do Concílio Vaticano II, os 40 anos do Ritual da Iniciação Cristã de Adultos (o RICA) e os 20 anos do Catecismo da Igreja Católica. São todos marcos significativos na história da catequese. Por isso, o papa Bento XVI proclamou um Ano da Fé a partir de outubro , para reavivar e atualizar estes acontecimentos, que como Maria guardamos em nosso coração. (Sugestão: que esses documentos sejam apresentados nesse encontro).

5 – Ato penitencial – Introdução bem objetiva relacionando-o com as motivações colocadas.

6 – Glória – Escolher uma melodia conhecida e bem vibrante.

7 – Oração do dia...

8 – Liturgia da Palavra (Do 21º Domingo do Tempo Comum)
1ª Leitura: Josué 24,1-2a.15-17.18b
Salmo: 33 (cf. Lecionário)
2ª Leitura: Efésios 5,21-32
Evangelho: João 6,60-69 (sugestão: proclamar duas vezes o Ev. uma vez que será objeto principal da leitura orante na homilia).
Homilia (em forma de leitura orante).

1º Passo – LEITURA: O QUE DIZ O TEXTO?

Para ajudar:
No capítulo 6 do Evangelho de João, Jesus faz primeiro o povo viver a experiência do sinal messiânico da partilha do pão.
A partir desse fato, começa a fazer uma catequese sobre o Pão do Céu, que é Ele próprio, e insiste na necessidade de comer sua carne e beber seu sangue para participar do seu projeto de vida.
O texto proclamado hoje relata a reação dos ouvintes diante dessa linguagem que Jesus usa. São palavras duras para muitos, que se escandalizam e de fininho vão caindo fora.
Jesus aproveita a crise que isto gera para testar a firmeza ou não dos seus principais companheiros, os 12. 
Estes, no entanto, reagem bem, e Pedro em nome de todos faz esta fantástica profissão de fé: “Tu tens Palavras de Vida Eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus”. É a expressão equivalente à de Josué e ao povo de Israel quando proclamam: “ Nós serviremos ao Senhor, porque ele é nosso Deus”, que vimos na 1ª leitura. São profissões de fé históricas.

2º Passo - MEDITAÇÃO: O QUE DIZ O TEXTO PARA MIM/ PARA NÓS, HOJE?

Para ajudar:
Nossa catequese de iniciação à Vida Cristã tem como meta principal conduzir à experiência pessoal com Jesus e ao compromisso com seu Projeto. A partir desse texto podemos perguntar:
Que imagem de Jesus apresentamos? Temos coragem de mostrar as exigências que o discipulado traz ou apenas falamos das coisas bonitas, para não assustar?
A fé que despertamos no processo catequético é uma fé superficial, que se escandaliza diante das “durezas” da caminhada, ou é uma fé fundamentada na Palavra de Deus, que resiste mesmo diante dos duros desafios que a vida hoje apresenta?
Como catequistas, somos daqueles que abandonam tudo quando o processo catequético fica “pesado”, ou seguimos firmes como os 12, confiando nas palavras de vida eterna?
Temos a disposição de Josué e do povo de Israel, que abandonaram os ídolos para proclamar: “Nós serviremos o Senhor, porque ele é nosso Deus”? Somos verdadeiros servidores da Palavra de Deus na educação da fé em nossas comunidades?

3º Passo – ORAÇÃO: O QUE O TEXTO ME LEVA/ NOS LEVA A DIZER A DEUS?

Preces espontâneas, ou versículos de Salmos, ou mantras...

4º Passo – CONTEMPLAÇÃO: COMO O TEXTO ILUMINA O MEU/ O NOSSO AGIR?

Fazer silêncio para mergulhar no Mistério de Deus. E depois assumir algum compromisso concreto (pessoal ou comunitário), em vista de sermos discípulos e servidores sempre conectados à fonte da Palavra.

9 – Liturgia Eucarística (Intercalada com cantos apropriados)
10 – Ritos Finais:
Rito de Envio: Uma vez que focamos principalmente o “servir” no processo de educação da “Fé”, sugerimos que neste momento o presidente da celebração, como catequista primeiro da comunidade, acenda no Círio Pascal velas menores e as entregue a todas(os) catequistas presentes. Com as velas acesas em uma das mãos e a oração da(o) catequista na outra, podem rezá-la juntos, como renovação de seu serviço à Palavra de Deus e à vivência da fé nesta comunidade:

ORAÇÃO DA(DO) CATEQUISTA:

SENHOR,
Como os discípulos de Emaús, somos peregrinos.
Vem caminhar conosco!
Dá-nos teu Espírito, para que façamos da catequese caminho para o discipulado.
Transforma nossa Igreja em comunidades 
orantes e acolhedoras,
Testemunhas de fé, de esperança e de caridade.
Abre nossos olhos para reconhecer-Te 
nas situações em que a vida está ameaçada. 
Aquece nosso coração, 
para que sintamos sempre a tua presença.
Abre nossos ouvidos para escutar a tua Palavra, 
fonte de vida e missão.
Ensina-nos a partilhar e comungar do Pão, 
alimento para a caminhada. 
Permanece conosco!
Faze de nós discípulos missionários, 
a exemplo de Maria sempre fiel,
sendo testemunhas de tua Ressurreição.
Tu que és o Caminho para o Pai. Amém! 


Projeto Gráfico, Capa e Diagramação: Sara Nunes Silva Brito
 

O Encontro de Catequese

“Temperos” que não podem faltar num Encontro


A catequese é lugar do Encontro e todo encontro precisa de preparação. O catequista pensa no que irá “servir”, que conteúdo da mensagem cristã irá propor, que debate irá provocar, e que sabor diferente isso irá trazer para vida. O local e o material a ser usado também precisam ser previstos.

Como a catequese quer promover o amadurecimento da vida, o catequista evita brincadeiras e músicas que infantilizam os jovens e adultos. Trata a cada um com igualdade, não se considera superior a ninguém. Acolhe a todos com muito carinho e amor. É sinal de amor na vida de cada catequizando.

Três cuidados importantes nos encontros catequéticos:
1º - A música não pode faltar de jeito nenhum.
2º - O encontro seja espaço criativo, lugar de reflexão, de debates, de músicas, de painéis etc.
3º - O trabalho com gravuras, pinturas, filmes... é indispensável, uma vez que a cultura atual é a da imagem.

Saber conduzir a conversa é fundamental num encontro cujo segredo é o diálogo. Dialogar é saber lidar com os sonhos, as dores, as alegrias, os vazios, as esperanças e decepções de cada um. Num verdadeiro encontro, não há perdedores e vencedores, mas a delicada arte da participação, do envolvimento. O catequista é a pessoa que provoca a “revelação” de cada um.

O Encontro com os Catequizandos

O diálogo do encontro pode ser conduzido da seguinte maneira:

O Ponto de partida é o levantamento das experiências do grupo de catequizandos a respeito do assunto a ser conversado.  Isso pode se dar através de dinâmicas, trabalho em grupo, debate etc. O catequista provoca a conversa, tira do grupo o que pensa, o que vive ou viveu, o que sabe a respeito do tema. Haverá experiências positivas (amor, amizade) ou negativas (sofrimento, tristeza). Se não levarmos isto em conta, a mensagem não os atinge, nem é assimilada.  

Com essa constatação o catequista passa a Aprofundar a experiência do grupo com o conteúdo da mensagem cristã, o tema do encontro. É o momento do “confronto” entre as experiências constatadas e vividas e a Mensagem cristã. Busca-se discernir a realidade à luz da Palavra de Deus.

É preciso também tirar conclusões e consequências para a vida de cada um e a vida da comunidade cristã. É o momento em que o grupo, a partir da conversa do encontro, com ajuda do catequista, verifica o que muda na vida, no jeito de pensar. Que consequências práticas o encontro provoca.

O ponto alto do encontro acontece quando o catequista cria um “clima” para celebrar a vida e a fé: o que o grupo e cada um dos catequizandos tem a dizer a Deus a partir do que está vivendo e do que descobriu no encontro.

 


Algumas “dicas” importantes

1. O trabalho em grupo pode ser no início, no meio ou no final do encontro. Depende do objetivo. Mas sempre é bom variar, para não cair na rotina.

2. O “criar laços” leva tempo. É preciso paciência com o grupo. Às vezes leva meses para que os catequizandos (crianças, jovens e adultos) comecem a participar, a falar. É preciso sempre insistir num jeito participativo, provocando a conversa em grupos e aos poucos a turma vai pegando o gosto da participação e do debate. O contrário também pode acontecer, a turma pode ser falante demais. Tudo depende do jeito de conduzir o encontro.

3. O momento do aprofundamento do conteúdo não é para “lições de moral”, mas para comunicar a novidade da mensagem cristã a respeito do assunto tratado. Não pode ser usado para uma “aula” demorada sobre o assunto. O catequista comunica o conteúdo de maneira dialogada e breve.

4. O aprofundamento da mensagem cristã tem a Palavra de Deus como fonte. O texto bíblico que é a inspiração da conversa pode ser apresentado de diversas maneiras (narrativas, jograis, dramatização e outros). 

5. O mais importante é o debate, a conversa em grupos menores, que leva o grupo a tirar conclusões, a “mastigar” o conteúdo. O catequista deve conduzir o plenário e sempre procurar tirar consequências para a vida.

6. O momento da celebração no final será muito bom porque provoca uma conversa com Deus, a partir do que se vivenciou. Mas, pode ser também no início do encontro. É um momento que deve ser preparado com carinho pelo catequista. Ele precisa observar que:
           - É preciso tempo para o catequizando aprender a falar naturalmente com Deus;
           - Não queira que o catequizando reze da maneira que ele, adulto com anos de caminhada cristã, reza.
           - Seja criativo, use símbolos, gravuras etc...

7. O desenvolvimento proposto para o encontro não significa que o mesmo tenha que acontecer somente desta maneira. A música usada no início pode provocar a reflexão e o aprofundamento do conteúdo. Pode ser que num encontro a turma fique só no levantamento da realidade, das experiências. Claro que foi encontro! Na próxima semana aprofundam-se os passos seguintes. Não pode haver pressa em passar para o próximo tema. O ritmo de caminha da turma precisa ser respeitado.

8. A catequese não se resume a transmissão do conteúdo, mas o conteúdo precisa ser apresentado de forma criativa, provocar questionamentos, reflexões, debate. Somente dessa maneira haverá mudança de mentalidade, conversão.

9. Os catequizandos precisam se sentir sujeitos do processo formativo. Por isso, a apresentação do tema deve envolver a todos.

10. O “como apresentar o conteúdo” também é conteúdo. 

11. Tudo faz parte da catequese: a acolhida, a maneira com que provocamos a participação, acolhemos as opiniões diferentes, corrigimos os desvios, rezamos etc.

Nas próximas edições iremos indicar e comentar outros recursos metodológicos, meios que nos ajudam a tornar o encontro de catequese criativo e significativo para o catequizando.


Lucimara Trevizan
Equipe "Catequese hoje"
01.06.2012

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