Aprendendo com Jesus aos 12 anos

Aprenderemos com Jesus ainda aos 12 anos, algumas dicas de como conduzir um encontro de catequese. Um de nossos desafios na catequese hoje é desvincular o encontro de catequese de uma aula. Ouvimos muito esse termo: “descolarização da catequese”. Para isso, precisamos  trabalhar em nós certos vícios que trazemos em nossa bagagem.

A partir do momento em que  mudamos de mentalidade, aos poucos  vamos deixando de fazer algumas coisas. Jesus escutava e também fazia perguntas. O catequista pode melhorar seu fazer catequético, quando escuta seus catequizandos. Que tal, perguntar a eles: “Na sua opinião, em que nossa catequese, nossos encontros,  assemelha-se à escola? Com certeza vão dizer e a partir daí, podemos ir corrigindo na prática, aquilo que sabemos na teoria: catequese não é aula, catequista não é professor, catequizando não é aluno.  Essas coisinhas que estamos cansados de ouvir, mas,  na hora de colocar isso em prática, não é nada fácil. 

Dia desses,  ouvi de um jovem: “Eu não fiquei na Crisma, porque você  acha que eu ia ficar fazendo aquele monte de atividade de casa?” Claro, que tem muita coisa envolvida, mas foi o que ele usou de argumento, que a catequista o enchia de lição de casa. Enfim, ele tem “consciência” de que precisa do sacramento “para se casar” e ainda brincou com a mãe: “ Já que você trabalha na Igreja,  você bem que podia descolar um comprovante de crisma...” Escutando aquilo, fiquei triste, mas o momento não era para uma catequese, porém ficou confirmado a urgência de se trabalhar o Conceito do que  é CATEQUESE. 

Quando ouvimos que  a catequese de nossos tempos precisa de um outro tipo de catequista,  não se trata de  descartar ninguém, mas somos convidados a perceber os sinais dos tempos. Os gritos são nítidos. E Jesus nos dizendo: “Quem tem ouvidos, ouçam!”  Enfim, precisamos  rever, renovar, nos adequar. E a pedagogia de Jesus aos 12 anos, nos dá  grandes lições.

O catequista senta-se ao lado, no meio,  escuta,  favorece a participação. O catequista é a ponte que facilita o encontro com a PESSOA de Jesus. 


Partilho com vocês um material extraído do caderno temático Ano 2000, páginas 30 e 31 -  O ENCONTRO DE CATEQUESE, DA EDITORA VOZES, DE MARILAC LORAINE R OLENIKI E LÉO MARCELO DE MACHADO.



"Três dias depois, encontraram o menino no Templo. Estava SENTADO no meio dos Doutores, ESCUTANDO  e FAZENDO perguntas". (LC 2,46)

1ª lição.: - SENTADO 

Quando sentamos, igualamo-nos aos nossos catequizandos. Estamos no mesmo nível. Isso nos ajuda a perceber que na verdade, não existe “mestre”, mas sim discípulos, que juntos assumem a missão. O catequista, à medida que se integra ao seu grupo, também é catequizado e proporciona um crescimento integral para os seus catequizandos.

2ª lição.: NO MEIO DOS DOUTORES

Estar no meio deles é poder conhecer as diferentes realidades dos catequizandos. Isso começa com o que menos gostam até o que mais admiram. Poderíamos nos questionar:
- Quais são as alegrias e tristezas de nossos catequizandos
- O que eles pensam da catequese? (Não o que você, catequista, acha, mas o que verbalmente o seu catequizando expressa.)
- O que os traz para a catequese?
 Estar no meio não é apenas conhecer a realidade, mas a partir dela apresentar a mensagem, e vivenciar esta mensagem no ambiente do encontro.

3ª lição.: ESCUTANDO E FAZENDO PERGUNTAS

Jesus prefere escutar para entender qual é o pensamento dos doutores da lei. Quer saber como interpretam a Palavra de Deus para depois questioná-los, fazer perguntas e começar o encontro.

E por toda essa pedagogia catequética muitos o admiram (cf.LC 2,46-47)
Escutar significa aprender a viver e conviver com as diversas realidades humanas.
A postura acolhedora do catequista, durante o encontro, favorece ao catequizando a oportunidade para esclarecer dúvidas, corrigindo preconceitos e concepções erradas sobre a Igreja, a catequese e a compreensão de Deus e de mundo, que ele tenha.
O catequista preparado, não apenas intelectualmente, mas experiente na vivência de sua fé, saberá durante os encontros:

- Envolver a todos, conquistando a confiança;
- Lidar com as diferenças de opiniões;
- Não valorizar apenas quem lhe é mais simpático;
- Dividir o tempo, sem reduzir as manifestações do grupo;
- Controlar suas emoções e as do grupo (impulsos, ansiedades, medos, raiva, vergonha)
- Conduzir o grupo a uma convivência serena e fraterna;

FAVORECER A PARTICIPAÇÃO

É durante o encontro que o catequista tem a possibilidade de pôr em prática o jeito de Jesus catequizar, trabalhando com os catequizandos enquanto grupo e atento à formação pessoal de cada um, por meio do amor gratuito e de uma comunicação sincera, que provém do coração.

Por Imaculada Cintra

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...