A
prática cristã proclama a existência de Deus, que se manifesta de forma trina,
como Pai, Filho e Espírito Santo. Na visão de um padre dos primeiros séculos do
cristianismo, Tertuliano, Deus é três em grau, não em condição; em forma, não
em substância; em aspecto, não em poder. A Trindade de Deus é uma realidade com
profundo apoio nos textos bíblicos.
No
universo da existência, dizemos que Deus é o Criador de tudo e de todos. Ele
fez com o povo uma Aliança, um pacto de compromisso, entendido como missão.
Isto acontece afirmando a unidade de Deus, proclamando a não existência de
outros deuses. Deus é um, e não único em relação à existência de outros deuses.
Ao
criar o ser humano, Deus já se revela como comunidade, porque fez isto à sua imagem
e semelhança. Ele cria a coletividade das pessoas como reflexo de sua
existência. As criaturas humanas são chamadas a ser como Deus, como comunidade,
no respeito às diferenças, que deve contribuir para a unidade.
Ao
enviar os apóstolos em missão, Jesus revela a trindade de Deus mandando batizar
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ao dizer: “Quem me vê, vê o Pai.
Eu e o Pai somos um!” (Jo 14, 9-10), está afirmando que na Trindade Divina
existe uma perfeita unidade.
Toda
criatura humana é chamada a participar do mistério da trindade de Deus, nos
dizeres do apóstolo Paulo: “todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus
são filhos de Deus” (Rm 8, 14). Com isto tornamo-nos filhos adotivos, herdeiros
de Deus e impulsionados a viver na liberdade criativa da Trindade,
comprometidos com a causa da unidade de todos.
Cabe
a cada pessoa fazer sua inserção no dinamismo da Trindade, vendo nos diferentes
uma força unificadora e criadora de um mundo novo. Isto acontece na experiência
comunitária solidificada na solidariedade, no amor e na comunhão. Tudo deve
criar em nós o desejo de construir uma sociedade justa, igualitária e à
semelhança da Trindade.
Dom
Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo
de Uberaba.Fonte: Blog Catequese e Biblia
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